quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A magia real da ficção.

Uma das maiores verdades que já ouvi: “a arte imita a vida e a vida imita a arte”.  E a ficção tem o poder de fascinar não só pela trama em si, mas pelos acessórios, roupas, maquiagens e estilos. A novela é como um novelo que vai se desenrolando, tecendo tendências e vestindo mulheres da vida real.

Quando eu era criança, surgiu na TV “Dancin’ Days” com Julia Matos (vivida pela gloriosa Sonia Braga) no final da década de 70... E depois pesquisando sobre a novela vi a história da ex-presidiária que tentou retomar a vida depois da reclusão. Após uma temporada na Europa, transformou-se numa mulher elegante, moderna e que criou – na vida real das brasileiras – um padrão de estilo. Todas queriam parecer com a Julia Matos com suas sandálias bem altas e as meias de lurex. Um clássico! 


empos depois, eu ingressei nesse universo da caracterização de personagens da Rede Globo. Me sinto realizada por ter contribuído, em parte, para que a moda extrapolasse os limites da tela e fosse para as ruas, como a Bárbara (Giovanna Antonelli) de Da Cor do Pecado em 2004, reexibida pela terceira vez e recorde como mais vendida para o exterior. O cabelo curto e loiro da Bárbara foi um dos mais imitados da história. Optei por deixar a frente mais comportada e repicar na parte de trás e o corte fez muito sucesso.

Outro fenômeno foi a Leona (Carolina Dieckmann) de “Cobras e Lagartos”, em 2006. O cabelo liso e platinado, as unhas vermelhas, as roupas ousadas e justas e os brincos longos caíram no gosto popular e é usado, até hoje, por muitas mulheres.
Em 2008 foi a vez da Silvia (Alinne Moraes) de “Duas Caras” ditar moda com sua franja bem longa e reta sobre as sobrancelhas e mais longa na altura das têmporas. Não só a franja, mas, também a cor do cabelo da Silvia viraram febres nacionais.


Com a Helena (Thais Araújo) de “Viver a Vida” eu propus vários estilos de penteados por se tratar de uma mulher versátil que tinha na trama a profissão de modelo. Em meio à ditadura do liso na área de beleza a minha proposta foi valorizar o volume dos fios e priorizar os cacheados longos, bem cuidados e esvoaçantes. E o estilo agradou.
A maquiagem retrô de “Maysa: quando fala o coração” (2009) também fez muito sucesso. Quando eu saia às ruas via várias “Larissa Maciel” com aquele batom vermelho, sombras e olhos bastantes delineados...Era a moda dos anos 60 voltando em releitura moderna.



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